domingo, 26 de agosto de 2012

Livro de Enoque (PARTE 1)


O Primeiro livro de Enoque é conhecido pela sua versão em etíope e mais tarde pelas traduções gregas de vários dos seus capítulos guardam passsagens e revelações importantíssimas, mas devido a falta de interesse dos chamados "cristãos modernos" ainda não é divulgado muito menos citado ou ensinado nos cultos protestantes apenas por ignorância e falta de informação dos pastores.

Os textos escritos por Enoque foram encontrados em Qumram (Cisjordânia), na Gruta 4, e coincide com muitos textos antigos que, como citado acima, apenas os etíopes possuíam há séculos. Foram encontrados com cópias do Livro dos Gigantes (Nefilins) referenciados no capítulo IV do Primeiro livro de Enoque e também na bíblia "conhecida" dos judeus, crentes e católicos.

Segundo Nickelsburg e Vanderkam a composição dos primeiros capítulos aconteceu a partir do terceiro século antes de Cristo.



VAMOS AO MAIS IMPORTANTE:

CAPÍTULO 1
[01] Havia um sábio, um grande artífice, e o Senhor dedicou-lhe seu amor e o recebeu, a ponto de fazê-lo testemunhar as mais altas moradas dos maiores e mais sábios imutáveis reinos do Todo Poderoso. As mais maravilhosas, gloriosas e brilhantes estações de muitos olhos dos servidores do Senhor, e o inacessível trono do Senhor. E os graus de manifestações e hostes incorpóreas, o inefável ministério e a multitude dos elementos, as várias aparições e o canto indizível das hostes dos Querubins, e a luz infinita.
Por que algumas pessoas têm ou teriam o privilégio de serem escolhidos para abdução? Porque talvez apresentassem mesmo um diferencial, uma capacidade de compreensão que diferenciava, mesmo naquela época, alguns homens. Nem todos podem conhecer verdades e isso é assim até hoje! Há aqueles que ao estudarem ciências ocultas, física e capacidades latentes do ser humano enlouquecem e por isso nem tudo pode ser revelado a todos. Enoque certamente tinha capacidade de entender o que lhe seria mostrado e ensinado, mas a maioria não!

[04] No primeiro dia do primeiro mês, estava eu sozinho em minha casa descansando no meu leito, quando adormeci.

[05] E quando estava adormecido, uma grande tristeza tomou conta de meu coração. Chorei durante o sono e não podia entender que tristeza era aquela, ou o que iria acontecer-me.

[06] E então apareceram dois homens, extraordinariamente grandes, como eu nunca vira antes na Terra. Suas faces resplandeciam como o Sol, seus olhos eram como uma chama e de seus lábios saía um canto e um fogo, variados, de cor violeta na aparência. Suas asas eram mais brilhantes que o ouro, suas mãos, mais brancas que a neve.
Já comentamos aqui no blog sobre os nefilins (gigantes) ora alguns são apontados como maus ora são apontados como bons, e nesse segundo caso geralmente os antigos preferiam o termo "anjo" para especificá-los, mas isso não ocorre nesta passagem!

[07] Eles estavam em pé, na cabeceira de meu leito, e puseram-se a me chamar pelo nome.

[08] Acordei e vi claramente aqueles dois homens, de pé, na minha frente.
Em outras situações, certamente seriam chamados de anjos.

[09] Saudei-os e fui tomado de medo. Meu semblante transformou-se pelo terror, e os homens disseram:

[10] “Tem coragem, Enoque, não temas. O Deus eterno nos mandou a ti e, vê! Tu hoje deverás subir aos céus conosco, e deverás dizer a teus filhos e aos da tua família tudo o que deverão fazer na casa durante tua ausência na Terra. Não os deixes procurar-te até que o Senhor te devolva a eles”.
Esta é uma óbvia evidência de abdução e claramente percebe-se que seria uma viagem longa, por isso os cuidados com os filhos, que deveriam estar cientes de que talvez não veriam mais o pai.

[11] E não me demorei em obedecê-los. Saí de minha casa, como me foi ordenado, chamei meus filhos Matusalém, Regim e Gaidad, e contei-lhe todas as maravilhas que me haviam dito aqueles homens.

[Capítulo III, versículo único] Aconteceu que, depois de Enoque ter falado com os filhos, os anjos o levaram em suas asas ao primeiro céu e o puseram nas nuvens. “E aí eu olhei, e olhei outra vez mais para o alto e vi o éter. Eles me puseram no primeiro céu e me mostraram um grande mar, maior que o mar da Terra”.
Aqui a palavra "anjos" é usada mas não por Enoque e sim por quem estava escrevendo. Tal como muitos dos antigos, não tinham capacidade ainda para compreender contatos extraterrestres. Tudo que não se podia compreender era dito como de deus, demônios ou intermediado por anjos... blá, blá, blá...

Há quem diga que "primeiro céu" seja um determinado nível de altitude já outros acreditam que sejam planetas! Ao continuar a leitura, perceba que as duas hipóteses são possíveis.

[Capítulo VII, versículo único] E aqueles homens me tomaram e me conduziram ao segundo céu, e me mostraram as trevas, mais escuras que as da Terra. Eu vi prisioneiros atados, vigiados, que aguardavam o grande e infinito julgamento, e esses anjos eram escuros, mais escuros que a escuridão da terra. Os faziam chorar incessantemente, o tempo todo...
Os seres, muitas vezes chamados de anjos, são como "militares" e como tal respeitam hierarquias. Neste trecho Enoque presencia o tratamento de alguns seres com outros (semelhantes? talvez sim, talvez não). É fácil de compreender a aplicação de penalidades, mas o que não é fácil para os cristãos pesarem e compreenderem é que certas ações são contrárias ao que eles acreditam ser o "amor de deus". Deveriam pensar de forma mais natural que estes seres (NÃO ANJOS) poderiam ser tão cruéis como os seres humanos e que isso NADA tem a ver com deus nenhum.

[Capítulo X, versículo único] Aqueles dois homens me tomaram e me conduziram ao norte, e me mostraram um lugar terrível onde havia todas as maneiras de torturas, trevas e escuridão sufocantes. Nenhuma luz havia lá, mas um fogo escuro constantemente ardia no alto. E havia um rio de fogo que corria, e por todo o lugar havia fogo. Por todo lugar havia geada e gelo, sede e tremores, enquanto que as penas eram muito cruéis. Os anjos temíveis e impiedosos portavam armas terríveis e infligiram torturas tenebrosas.
Poderia ser na terra, o local descrito, pois existem lugares aqui mesmo onde se pode encontrar vulcões e neve... rios de lava e tremores de terra...
Os "anjos temíveis e impiedosos" portavam armas. Por que anjos portariam armas se existisse de fato ligação com o divino? Armas são elementos naturais de seres de carne e osso que a utilizam para defesa ou imposição de vontades. Quem não percebe isso é muito limitado intelectualmente e precisa de muito, muito tratamento para enxergar um palmo na frente da cara!



REFERÊNCIAS:


Nickelsburg
Enoch 1 Hermeneia
Minneapolis, 2004




George W.E. Nickelsburg and James C. VanderKam
A Commentary on the Book of 1 Enoch, 2012
ISBN 978-0-8006-9666-1









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